sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Resíduos Sólidos

O Brasil é um país que, como vários outros, dista bastante do que se considera uma postura ideal no tratamento de resíduos sólidos (desde os resíduos orgânicos aos tóxicos). Só aqui, são produzidos 180 mil toneladas de resíduos, em que mais da metade não passa pelo processo de tratamento antes do descarte.  Mônica Veríssimo, ambientalista que foi entrevistada no vídeo "Momento Ambiental - Resíduos Sólidos", narra um fato ao apontar que o ser humano, diferente dos outros animais, quebrou um ciclo natural, tendo como consequência, profundas pegadas anti-ecológicas.
Devido à falta de planejamento em como gerenciar esses resíduos e à falta de punições para quem descarta incorretamente, foi criada a Política Nacional de Resíduos Sólidos, deixando clara a ordem para a devida gestão: reduzir, reutilizar, reciclar, recuperar e, por fim, destinar corretamente ao solo. O objetivo maior desta lei é dar fim aos lixões, que são responsáveis por grandes danos ambientais e de saúde pública.
A alternativa para o descarte correto é a construção de aterros sanitários que captem o chorume, que deverá passar por um tratamento apurado antes da condução ao meio ambiente.
Outro avanço previsto na execução da lei, é a logística reversa, que prevê o retorno, para os fabricantes, de determinados produtos e embalagens, como: pilhas, baterias, lâmpadas fluorecentes. Além disso, outro ponto que deve ser desenvolvido e passar a fazer parte do dia a dia da população é a coleta seletiva. A Lei 12.305 obriga o poder público a financiar projetos, uma ideia que favorece a população também no âmbito social, já que a classe de catadores é um grande pilar para a coleta seletiva, atuando beneficamente para o meio ambiente, sociedade e para si próprios, já que é uma fonte de renda para milhares de famílias.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Você já ouviu falar em AGROECOLOGIA?

Como se conhece, no início das civilizações, o homem era nômade e vivia de acordo com a disponibilidade de recursos oferecidos pela natureza em um determinado lugar. A sua sobrevivência dependia basicamente da coleta de frutos silvestres, da caça, da pesca e ainda nesta época, não estava presente o cultivo de plantações e a criação de domésticos. Quando havia a escassez de determinado recurso na área onde se encontravam, tinham que se deslocar para outra área onde aquele recurso encontrava-se em fartura. 
O tempo foi passando e o homem criando a percepção de que se fosse lançada ao solo uma semente, em condições favoráveis, aquela semente germinaria, se tornaria uma nova planta e assim, seus frutos. Junto com isso também veio as ideias de domesticar os animais. E foi assim que o homem foi se tornando cada vez menos nômade e mais e mais dependente da terra em que vivia, desenvolvendo a habilidade de produzir e criar. Assim, o homem fixou-se ao solo e apropriou-se da terra.
Muitos marcos fizeram com que alguns hábitos mudassem, como por exemplo o aumento populacional, a diminuição da fertilidade do solo, entre outros. No final do século XVIII houve o início da busca pela alta produtividade e foi assim que se desenvolveu a Primeira Revolução Agrícola, que tinha como base a agricultura extensiva. O século XIX foi de grandes descobertas para a agricultura mundial. Neste século teve início a Revolução Industrial, com o desenvolvimento da maquinaria agrícola, fertilizantes e pesticidas para o emprego na agricultura. Surgiram as grandes extensões de cultivos, principalmente monoculturas, com elevada necessidade de irrigação. Neste período começou a preocupação em aplicar produtos de controle de pragas e doenças que fossem inócuos ao homem. No entanto, não havia preocupações quanto ao meio ambiente e seus efeitos acumulativos no homem e na natureza. Estamos falando da Revolução Verde, que tinha como base uma agricultura intensiva. Ela trouxe como conseqüência um aumento expressivo na produção agrícola, mas aos poucos também trouxe problemas: compactação dos solos, erosão, perda da fertilidade dos solos, perda da biodiversidade, contaminação dos alimentos e dos seus consumidores, intoxicações crônicas e agudas dos trabalhadores rurais, contaminação dos solos e das águas por nitratos e agrotóxicos, aparecimento de pragas resistentes aos agrotóxicos, aparecimento de novas pragas, entre outros. A Revolução Verde também aumentou a dependência em relação aos países mais ricos que detinham a tecnologia indispensável ao cultivo das novas sementes e forneciam insumos necessários para viabilizar a produção. 
Agroecologia, mais do que simplesmente tratar sobre o manejo ecologicamente responsável dos recursos naturais, constitui-se em um campo do conhecimento científico que, partindo de um enfoque holístico e de uma abordagem sistêmica, pretende contribuir para que as sociedades possam redirecionar o curso alterado da co-evolução social e ecológica, nas suas múltiplas inter-relações e mútua influência. Essa ciência somente pode ser entendida na sua plenitude quando relacionada diretamente ao conceito de sustentabilidade. Nesse sentido, a Agroecologia se concretiza quando, simultaneamente, cumpre com os ditames da sustentabilidade econômica (potencial de renda e trabalho, acesso ao mercado), ecológica (manutenção ou melhoria da qualidade dos recursos naturais), social (inclusão das populações menos favorecidas), cultural (respeito às culturas tradicionais e locais), política (movimento organizado para a mudança) e ética (mudança direcionada a valores morais transcendentes).
Assista ao vídeo abaixo e entenda um pouquinho mais sobre a Agroecologia!!!!!

sexta-feira, 5 de julho de 2013

O Grito do Nosso Planeta



Depois de assistir ao documentário "História das Coisas", resolvi escrever um pouco...



O Grito do Nosso Planeta

O planeta passa por sérios problemas! O mundo de hoje está extremamente consumista, em que cada pessoa se resume pelo que tem e não pelo que é. Todo esse consumismo exacerbado tem um fim que nem todos nós pensamos: a destruição gradual do nosso planeta. Vejamos o porquê.
Para que mais produtos sejam fabricados para suprir a demanda, mais recurso natural é extraído, mais energia é gasta, mais produtos tóxicos são lançados no meio ambiente, mais lixo é gerado. Nessa história tem o 'homem' que quer produzir mais, construir mais (para vender mais - e tudo isso a qualquer custo) e tem o 'homem' que quer adquirir, adquirir, adquirir. Quer uma casa maior, um carro mais novo, roupas e sapatos da última moda, computador da última geração, celulares incríveis. E o que se faz com tudo que já tinha? Joga no lixo! E o que é preciso para produzir tudo isso que o consumismo pede? Mais recursos naturais, mais desmatamento (para obter matéria prima, para construir indústrias, para construir prédios, para construir rodovias, hidrelétricas, aterros sanitários).
Onde o mundo vai parar? Precisamos nos conscientizar de que é preciso cuidar da nossa 'casa', pensar no nosso futuro. Parar com tanto consumismo, reaproveitar materiais para reduzir produção de lixo, cuidar para que o desmatamento desenfreado não desnude nosso planeta em um piscar de olhos. Outras atitudes menores também podem ser tomadas para ajudar o nosso planeta, como não jogar lixo na rua, fazer reciclagem e coleta seletiva, plantar uma árvore e cuidar das que estão perto de você.
Eu e você podemos agir. Consumir menos, descartar menos e aproveitar mais. Com essa consciência, o nosso planeta é menos explorado com seus recursos e o lixo é menos gerado, seguindo assim, juntos, para um desenvolvimento sustentável cuidando com carinho de todo o meio ambiente.

Uma resenha crítica do filme "Ética e Ecologia: desafios do século XXI"

Mais uma resenha crítica! Conhece o filme "Ética e Ecologia: desafios do século XXI"? Conhece Leonardo Boff? Vale muito a pena assistir e conhecer um pouco mais dos pensamentos do teólogo Boff sobre  importantes questões! Se quiser saber o que vai encontrar por lá, dá uma lidinha na resenha! Boa leitura, bioleitores!

O filme "Ética e Ecologia: desafios do século XXI" é narrado pelo teólogo Leonardo Boff e produzido com o apoio da Secretaria do Meio Ambiente e o Instituto Ingá.
A obra, dividida em 4 capítulos e conclusão, retrata de uma forma geral, o planeta Terra, seus "hóspedes" e a relação entre desenvolvimento e sustentabilidade, sob o paradigma da ética.
No primeiro capítulo, Boff fala a respeito das 4 grandes crises que nós vivemos hoje no mundo como um todo: a crise político-social, que é revelada através das desigualdades sociais, que excluem uma parcela significativa da população; a crise ecológica, que envolve o aquecimento global, que deixou de ser um mito para ser uma realidade que já demonstra dentro de consequências, como por exemplo, as catástrofes naturais; a crise da água potável, onde apenas 3% da água é doce, mas apenas 0,7% é disponível para uso, perfazendo um total de 2 milhões de pessoas sem acesso à água ótima para consumo; e a última grande crise, é a da desertificação que cresce, em área, 17 hectares por minuto. Para Boff, a política só tem se preocupado com projetos nacionais, deixando de lado a ética ligada à justiça (respeitando os direitos humanos), oferecendo "o que compete a cada um".
No segundo capítulo, Boff sintetiza a respeito dos 4 princípios fundamentais da existência com base na ética, que nasce a partir da inteligência emocional. São eles: (1) o cuidado essencial, (2) o respeito, (3) a responsabilidade ilimitada e (4) solidariedade universal. Para Leonardo Boff, o cuidado é a mão estendida para acarinhar, acolher, que vai por sua vez prevenir os danos futuros e resgatar os danos já existentes. Para que haja essa postura, Boff afirma que é necessário acima de tudo, o respeito para com os outros, para com a nossa casa, que é a natureza, é a Terra. A partir do cuidado e do respeito, vem a responsabilidade de não desmatar, cuidar do que é nosso para que haja qualidade e ter compromisso com a sociedade. Mas esse compromisso não é apenas com os seres humanos, mas com tudo que habita a Terra. De todos esses princípios juntos, nasce a solidariedade, o olhar o "o outro", se preocupar com "o outro".
No capítulo 3, Boff relaciona os 4 ideais comuns que consistem em: o bem comum, onde a preocupação não deve ser jogar a responsabilidade no outro, já que a Terra é de todos nós. Todos habitamos, então todos temos a responsabilidade de zelar, a justa medida consiste em não querer tudo para si. Devemos fazer sacrifícios para que todos alcancem o consumo sustentável. É o que Boff chama de "sabedoria entre o mais e o menos". No mundo vemos tantas pessoas com muito e outras com pouquíssimo. Além disso, um outro ideal comum é a sustentabilidade necessária, onde diz-se que devemos usar os recursos naturais para nos satisfazer, mas sem prejudicar a natureza. Temos que nos preocupar com o futuro, com as próximas gerações. O consumo entra como 4° ideal, instigando que o sacrifício de ter menos é necessário para que todos possam ter. Há muita desigualdade na divisão dos recursos: 20% da população usufrui de 80% deles.
Logo em seguida, no 4° capítulo, vem as 4 virtudes imprescindíveis para a boa convivência: (1) hospitalidade, (2) convivência necessária, (3) tolerância e (4) comensalismo. No nosso planeta, todos somos hóspedes, temos o direito de ir e vir e devemo ser tratados e tratar a todos de uma forma igualitária, lembrando que aqui nós não existimos, nós co-existimos. Boff aconselha que não podemos permitir que as diferenças sejam desigualdades, sendo necessária uma certa tolerância, gerando em nós o sentimento de que devemos "permitir que o outro seja". Como todos temos o mesmo código genético devemos nos conscientizar de que somos irmãos numa mesma casa, numa mesma mesa, lutarmos unidos para vivermos juntos e em paz.
Leonardo Boff foi muito feliz em sua temática, dividindo nossas crises para que facilite a absorção dos pontos críticos de cada uma. Simultâneo a isso, Boff se preocupou em tratar das soluções dos problemas enfrentados pela humanidade. Houve o cuidado em não culpar ninguém e nem responsabilizar uns e outros para resolver o problema. Ele foi claro ao dizer que aqui é tudo nosso, inclusive a responsabilidade, nos conduzindo assim, a uma reflexão crítica de nossa postura em relação à Terra e aos nossos irmãos.
"Ética e Ecologia: desafios do século XXI" é uma obra de referência, que deve alcançar o máximo de pessoas, atuando desde um alerta aos nossos problemas ambientais, até um "conselheiros" indicando os possíveis caminhos a seguir.

Uma resenha crítica sobre o documentário LIXO EXTRAORDINÁRIO

Você já assistiu ao documentário "Lixo Extraordinário"? Segue uma resenha crítica sobre o filme e logo depois o link para acesso no Youtube! Boa leitura, bioleitores. =]

Lixo Extraordinário - Uma resenha crítica


O documentário Lixo Extraordinário, com título original 'Wasteland', é uma produção da Almega Projects e 02 Filmes Produções, com o objetivo de retratar o trabalho do artista brasileiro Vik Muniz com os catadores de lixo do Jardim Gramacho.
O documentário se inicia com Vik narrando como tudo começou. Ele conta que sempre foi uma pessoa de família pertencente à classe média baixa em São Paulo. Ele trabalhava recolhendo lixo das lanchonetes, e um dia, ao ver um rapaz numa briga, foi tentar ajudá-lo. Por causa disso, Vik foi baleado na perna por engano. A pessoa que o baleou, tinha dinheiro e por causa desse dinheiro, ele foi para os Estados Unidos tentar mudar de vida. Lá Vik se envolveu com o mundo das artes. Ele começou a produzir retratos utilizando materiais como areia, açúcar, chocolate, fios, cordões. Vik cita um dos seus trabalhos, que para ele, foi um dos mais importantes de toda a sua carreira: o trabalho das crianças com açúcar. Para Vik, este trabalho trouxe uma grande reflexão: "o que há entre essas criança felizes e os adultos (seus pais) que vivem desolados, trabalhando 16 horas por dia?"
O artista brasileiro decidiu que gostaria de sair do âmbito restrito das belas artes e mostrou seu grande interesse e trabalhar lado a lado com um grupo em que o produto faria a diferença para essas pessoas. Neste intuito, Vik começou a pesquisar as pessoas e qual material poderia usar. Foi aí que surgiu a ideia de trabalhar com os catadores de material reciclável do maior aterro sanitário do mundo: o Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho, localizado no Rio de Janeiro. Vik estimou que seu projeto teria a duração de aproximadamente 2 ano e começou os preparativos para executá-lo. Inicialmente, a ideia era reconhecer o espaço, ver como eram essas pessoas, a realidade e situação delas de perto. Lá, o artista se impressionou por encontrar pessoas que eram felizes, sorriam e se orgulhavam de seu trabalho. Ao passo de formigas, foi conhecendo todo o dia a dia e selecionando pessoas que tinham o perfil do projeto.
Uma das pessoas é Tião, o presidente da Associação dos Catadores do Aterro Metropolitana do Jardim Gramacho, que comporta cerca de 3000 catadores. Tião começou todo o seu trabalho desacreditado e com muito apoio do Zumbi, um dos membros da associação, e um grande sonhador em construir uma biblioteca com todos aqueles livros encontrados no aterro. 
Depois de selecionadas as pessoas e com intimidade com o cotidiano delas, Vik e equipe começam a fotografar e coletar os materiais para as obras. Foram 2 semanas para produzir os quadros que era feitos sobre sombras e material reciclável. Foram separadas as melhores fotos, levadas a melhoramentos tecnológicos e produção dos quadros que tinham objetivos de leiloar e apresentar em museus e feiras de arte. 
Depois do projeto, a discussão era se valeria a pena retirar aquelas pessoas das suas realidade e depois causar um choque emocional nelas, porque aquilo ali tinha um prazo de validade. Vik sempre acreditou que todo esse projeto, além de render lucros para a própria ACAMJG, iria servir como estopim para que essas pessoas, ao se depararem com uma nova realidade, pudessem também buscar alternativas de vida.
Para Londres, assistir ao leilão, Tião foi representando a associação. Lá, foi conseguido o valor de R$100.000,00 para um dos quadros. De volta à realidade dessas pessoas, o documentário ainda mostra o depoimento delas do quanto o projeto criou um impacto dentro delas. Além disso, ainda há o posicionamento de Vik sobre seu envolvimento inesperado com essas pessoas.
No final de tudo, Vik e os catadores conseguiram arrecadar com o projeto o montante de US$250.000,00. A ACAMJG comprou um caminhão, equipamentos, inaugurou um centro de ensino. Sem contar que cada um deles conseguiu mudar de vida e sair do lixo, que foi de onde tudo começou.
O documentário é emocionante e leva à reflexão incrível do quanto o sonho deste trabalho, aliado ao sonho do trabalho da ACAMJG foram importantes pra mudar a vida dessas pessoas. É notório o quanto o documentário valoriza o trabalho deles dentro do lixão, não só para quem se orgulha do que faz, mas a diferença que eles fazem pelo ambiente (já que os catadores do Jardim Gramacho retiram 200 toneladas por dia de material reciclável). Para essas pessoas, o importante foi lutar também por algo que fosse maior para suas vidas, para os seus projetos pessoais. Vik, como o artista brasileiro que atualmente vende mais obras de arte para o mercado internacional, contemplou essas pessoas e foi contemplado, porque uma obra dessa, que envolve diversos fatores, incluindo fatores de risco, deu certo e mudou a vida de muitas pessoas. É um documentário a ser recomendado. Ele mostra não só a importância de sonhar, mas também a importância dessas pessoas dentro do cenário do reaproveitamento de recicláveis e também a realidade de um país que não dá assistência mínima para essas pessoas que fazem tanto a diferença.

Link para o documentário: http://www.youtube.com/watch?v=FGjEk3SiXkE