Como se conhece, no
início das civilizações, o homem era nômade e vivia de acordo com a
disponibilidade de recursos oferecidos pela natureza em um determinado lugar. A
sua sobrevivência dependia basicamente da coleta de frutos silvestres, da caça,
da pesca e ainda nesta época, não estava presente o cultivo de plantações e a
criação de domésticos. Quando havia a escassez de determinado recurso na área
onde se encontravam, tinham que se deslocar para outra área onde aquele recurso
encontrava-se em fartura.
O tempo foi passando e o homem criando a percepção de que se fosse lançada ao solo uma semente, em condições favoráveis, aquela semente germinaria, se tornaria uma nova planta e assim, seus frutos. Junto com isso também veio as ideias de domesticar os animais. E foi assim que o homem foi se tornando cada vez menos nômade e mais e mais
dependente da terra em que vivia, desenvolvendo a habilidade de produzir e criar.
Assim, o homem fixou-se ao solo e apropriou-se da terra.
Muitos marcos fizeram com que alguns hábitos mudassem, como por exemplo o aumento populacional, a diminuição da fertilidade do solo, entre outros. No
final do século XVIII houve o início da busca pela alta produtividade e foi assim que se desenvolveu a Primeira Revolução Agrícola, que tinha como base
a agricultura extensiva. O
século XIX foi de grandes descobertas para a agricultura mundial. Neste
século teve início a Revolução Industrial, com o desenvolvimento da maquinaria
agrícola, fertilizantes e pesticidas para o emprego na agricultura. Surgiram as grandes extensões de
cultivos, principalmente monoculturas, com elevada necessidade de irrigação. Neste
período começou a preocupação em aplicar produtos de controle de pragas e
doenças que fossem inócuos ao homem. No entanto, não havia preocupações quanto
ao meio ambiente e seus efeitos acumulativos no homem e na natureza. Estamos falando da Revolução Verde, que tinha como base uma agricultura intensiva. Ela trouxe como
conseqüência um aumento expressivo na produção agrícola, mas aos poucos também
trouxe problemas: compactação dos solos, erosão, perda da fertilidade dos
solos, perda da biodiversidade, contaminação dos alimentos e dos seus consumidores,
intoxicações crônicas e agudas dos trabalhadores rurais, contaminação dos solos
e das águas por nitratos e agrotóxicos, aparecimento de pragas resistentes aos
agrotóxicos, aparecimento de novas pragas, entre outros. A
Revolução Verde também aumentou a dependência em relação aos países mais ricos
que detinham a tecnologia indispensável ao cultivo das novas sementes e
forneciam insumos necessários para viabilizar a produção.
Agroecologia,
mais do que simplesmente tratar sobre o manejo ecologicamente responsável dos
recursos naturais, constitui-se em um campo do conhecimento científico que,
partindo de um enfoque holístico e de uma abordagem sistêmica, pretende
contribuir para que as sociedades possam redirecionar o curso alterado da co-evolução
social e ecológica, nas suas múltiplas inter-relações e mútua influência. Essa ciência somente pode ser
entendida na sua plenitude quando relacionada diretamente ao conceito de
sustentabilidade. Nesse sentido, a Agroecologia se concretiza quando,
simultaneamente, cumpre com os ditames da sustentabilidade econômica (potencial
de renda e trabalho, acesso ao mercado), ecológica (manutenção ou melhoria da
qualidade dos recursos naturais), social (inclusão das populações menos favorecidas),
cultural (respeito às culturas tradicionais e locais), política (movimento
organizado para a mudança) e ética (mudança direcionada a valores morais
transcendentes).
Assista ao vídeo abaixo e entenda um pouquinho mais sobre a Agroecologia!!!!!
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