Você já assistiu ao documentário "Lixo Extraordinário"? Segue uma resenha crítica sobre o filme e logo depois o link para acesso no Youtube! Boa leitura, bioleitores. =]
Lixo Extraordinário - Uma resenha crítica
O documentário Lixo Extraordinário, com título original 'Wasteland', é uma produção da Almega Projects e 02 Filmes Produções, com o objetivo de retratar o trabalho do artista brasileiro Vik Muniz com os catadores de lixo do Jardim Gramacho.
O documentário se inicia com Vik narrando como tudo começou. Ele conta que sempre foi uma pessoa de família pertencente à classe média baixa em São Paulo. Ele trabalhava recolhendo lixo das lanchonetes, e um dia, ao ver um rapaz numa briga, foi tentar ajudá-lo. Por causa disso, Vik foi baleado na perna por engano. A pessoa que o baleou, tinha dinheiro e por causa desse dinheiro, ele foi para os Estados Unidos tentar mudar de vida. Lá Vik se envolveu com o mundo das artes. Ele começou a produzir retratos utilizando materiais como areia, açúcar, chocolate, fios, cordões. Vik cita um dos seus trabalhos, que para ele, foi um dos mais importantes de toda a sua carreira: o trabalho das crianças com açúcar. Para Vik, este trabalho trouxe uma grande reflexão: "o que há entre essas criança felizes e os adultos (seus pais) que vivem desolados, trabalhando 16 horas por dia?"
O artista brasileiro decidiu que gostaria de sair do âmbito restrito das belas artes e mostrou seu grande interesse e trabalhar lado a lado com um grupo em que o produto faria a diferença para essas pessoas. Neste intuito, Vik começou a pesquisar as pessoas e qual material poderia usar. Foi aí que surgiu a ideia de trabalhar com os catadores de material reciclável do maior aterro sanitário do mundo: o Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho, localizado no Rio de Janeiro. Vik estimou que seu projeto teria a duração de aproximadamente 2 ano e começou os preparativos para executá-lo. Inicialmente, a ideia era reconhecer o espaço, ver como eram essas pessoas, a realidade e situação delas de perto. Lá, o artista se impressionou por encontrar pessoas que eram felizes, sorriam e se orgulhavam de seu trabalho. Ao passo de formigas, foi conhecendo todo o dia a dia e selecionando pessoas que tinham o perfil do projeto.
Uma das pessoas é Tião, o presidente da Associação dos Catadores do Aterro Metropolitana do Jardim Gramacho, que comporta cerca de 3000 catadores. Tião começou todo o seu trabalho desacreditado e com muito apoio do Zumbi, um dos membros da associação, e um grande sonhador em construir uma biblioteca com todos aqueles livros encontrados no aterro.
Depois de selecionadas as pessoas e com intimidade com o cotidiano delas, Vik e equipe começam a fotografar e coletar os materiais para as obras. Foram 2 semanas para produzir os quadros que era feitos sobre sombras e material reciclável. Foram separadas as melhores fotos, levadas a melhoramentos tecnológicos e produção dos quadros que tinham objetivos de leiloar e apresentar em museus e feiras de arte.
Depois do projeto, a discussão era se valeria a pena retirar aquelas pessoas das suas realidade e depois causar um choque emocional nelas, porque aquilo ali tinha um prazo de validade. Vik sempre acreditou que todo esse projeto, além de render lucros para a própria ACAMJG, iria servir como estopim para que essas pessoas, ao se depararem com uma nova realidade, pudessem também buscar alternativas de vida.
Para Londres, assistir ao leilão, Tião foi representando a associação. Lá, foi conseguido o valor de R$100.000,00 para um dos quadros. De volta à realidade dessas pessoas, o documentário ainda mostra o depoimento delas do quanto o projeto criou um impacto dentro delas. Além disso, ainda há o posicionamento de Vik sobre seu envolvimento inesperado com essas pessoas.
No final de tudo, Vik e os catadores conseguiram arrecadar com o projeto o montante de US$250.000,00. A ACAMJG comprou um caminhão, equipamentos, inaugurou um centro de ensino. Sem contar que cada um deles conseguiu mudar de vida e sair do lixo, que foi de onde tudo começou.
O documentário é emocionante e leva à reflexão incrível do quanto o sonho deste trabalho, aliado ao sonho do trabalho da ACAMJG foram importantes pra mudar a vida dessas pessoas. É notório o quanto o documentário valoriza o trabalho deles dentro do lixão, não só para quem se orgulha do que faz, mas a diferença que eles fazem pelo ambiente (já que os catadores do Jardim Gramacho retiram 200 toneladas por dia de material reciclável). Para essas pessoas, o importante foi lutar também por algo que fosse maior para suas vidas, para os seus projetos pessoais. Vik, como o artista brasileiro que atualmente vende mais obras de arte para o mercado internacional, contemplou essas pessoas e foi contemplado, porque uma obra dessa, que envolve diversos fatores, incluindo fatores de risco, deu certo e mudou a vida de muitas pessoas. É um documentário a ser recomendado. Ele mostra não só a importância de sonhar, mas também a importância dessas pessoas dentro do cenário do reaproveitamento de recicláveis e também a realidade de um país que não dá assistência mínima para essas pessoas que fazem tanto a diferença.
Link para o documentário: http://www.youtube.com/watch?v=FGjEk3SiXkE
Também ví este documentário e adorei, impressionante o desenrolar e sua mensagem. Emocionante este trabalho.
ResponderExcluirVerdade, Fátima! Trabalho lindo que foi desenvolvido. Um forte abraço!
ExcluirNossa um filme Munto bom,mostrá o outros lados do que nois conhecê até agora.e como como outras pessoas vivê ;). (> . O)
ResponderExcluirComo o próprio nome diz o documentario é extraordinario.....chama a atenção e mostra o descaso que existe para com os catadores de materiais reciclaveis....e leva também ao lado emocional dessas pessoas que mesmo com uma vida não tão facil nao tiram o sorriso do rosto.
ResponderExcluirVou ter que fazer isso pra professora de artes.Que merda!!!!
ResponderExcluirO FILME É MUITO BOM,SUPER MANEIRO,GOSTARIA DE TER MUITOS Vik Muniz no nosso planeta
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